Por Que Você Está Escolhendo Palavras-Chave do Jeito Errado
Se você ainda escolhe palavras-chave pensando apenas no volume de busca que o SEMrush mostra, tem um problema: o Google não funciona mais assim desde 2015. Nos últimos 10 anos trabalhando com SEO, vi centenas de pessoas focarem na palavra exata e ignorarem o que realmente importa: responder a intenção de busca do usuário.
O volume que as ferramentas mostram é estimado, varia absurdamente por região e data, e pior: não garante tráfego se o seu conteúdo não entregar o que a pessoa realmente quer.
Neste artigo, vou te mostrar como escolher palavras-chave considerando o contexto completo, como o Google analisa suas páginas hoje, e por que aquele número bonito de “8.100 buscas/mês” pode ser uma armadilha.
O Erro de Focar Só no Volume de Busca
A maioria das pessoas abre o SEMrush, vê “palavra-chave X tem 5.400 buscas por mês” e já sai escrevendo um artigo repetindo esse termo 20 vezes.
Dois problemas aqui:
1. Volume estimado não é volume real. As ferramentas usam algoritmos para estimar, mas só o Google Search Console te dá o número exato de quantas vezes sua página apareceu nas buscas. E esse número muda toda semana.
2. Volume alto não significa tráfego qualificado. Já vi clientes ranquearem na primeira página para palavras com 10 mil buscas/mês e receberem 50 visitas. Por quê? Porque a intenção da busca era outra, e o Google entendeu isso.
Pior ainda: as pessoas esquecem que o volume varia muito dependendo de onde você está e quando você busca. Vou explicar isso mais para frente.
Como o Google Realmente Funciona Hoje
Desde 2015, com o lançamento do RankBrain (sistema de inteligência artificial do Google), o algoritmo não procura mais por palavras exatas no seu texto. Ele tenta entender o contexto completo da busca e da sua página.
Em 2019, veio o BERT, que melhorou ainda mais a compreensão de linguagem natural. Traduzindo: o Google entende sinônimos, contexto e até o que você quis dizer mas não escreveu direito.
📊 Exemplo Real
Testei isso em um site que vendia curso de WordPress. Criei duas páginas:
Página A: Repetia “curso de WordPress” 15 vezes, densidade de 2,5%
Página B: Usava variações naturais: “aprender WordPress”, “treinamento WordPress”, “como usar WordPress”
Resultado: Página B ranqueou para 47 variações de busca diferentes, enquanto a Página A ranqueou (e ranqueou mal) só para a palavra e recebeu 98% menos tráfego.
Testado em: Site com 15 mil visitas/mês, nicho educação online
O Google não lê seu texto como uma máquina boba procurando palavras. Ele analisa:
- Contexto semântico: Quais outros termos aparecem relacionados
- Intenção da busca: A pessoa quer comprar, aprender, comparar?
- Estrutura do conteúdo: Você responde a pergunta de forma completa?
- Experiência do usuário: As pessoas ficam na página ou voltam para o Google?
💡 Dica do Gabriel
Quando for escrever conteúdo, pergunte: “Se eu fosse o Google e alguém buscasse isso, o meu artigo responderia 100% a dúvida dessa pessoa?” Se a resposta for não, reescreva.
Como Escolher Palavras-Chave Considerando o Contexto
Agora vem a parte prática. Como escolher palavras-chave do jeito certo:
Passo 1: Entenda a Intenção de Busca
Existem 4 tipos principais de intenção:
Informacional: “o que é SEO”, “como funciona WordPress”. A pessoa quer aprender
Navegacional: “login WordPress”, “Gerenciando Web”. A pessoa procura um site específico
Comercial: “melhor hospedagem WordPress”, “SEMrush vs Ahrefs”. A pessoa está pesquisando antes de comprar
Transacional: “comprar domínio barato”, “curso de WordPress preço”. A pessoa quer comprar agora

Não adianta criar um artigo informacional para uma busca transacional. O Google não vai ranquear.
Passo 2: Analise o Que Já Está Ranqueando
Abra uma aba anônima, busque sua palavra-chave e veja os 10 primeiros resultados. Pergunte:
- São artigos de blog, páginas de produto ou vídeos?
- Qual o tamanho médio do conteúdo?
- Que perguntas esses conteúdos respondem?
- Tem vídeo, infográfico, calculadora?
Se os 10 primeiros resultados são tutoriais passo a passo de 2.000 palavras, não adianta você fazer um texto de 500 palavras e achar que vai ranquear.
Passo 3: Use Ferramentas Como Ponto de Partida
Ferramentas como SEMrush, Ahrefs, Ubersuggest são ótimas para descobrir variações de palavras e estimar concorrência. Mas lembre: o volume mostrado é uma estimativa.
Use essas ferramentas para:
- Descobrir palavras relacionadas que você não pensou
- Ver a dificuldade de ranqueamento (KD ou Keyword Difficulty)
- Identificar palavras de cauda longa (3+ palavras, mais específicas)
Passo 4: Valide Com Dados Reais
Depois de publicar o conteúdo e esperar 30-60 dias, entre no Google Search Console e veja:
- Quantas impressões sua página realmente teve
- Para quais variações de palavras você está ranqueando
- Qual a taxa de cliques (CTR)
Esses são os únicos dados 100% precisos. As ferramentas estimam, o Search Console mostra a realidade.
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Volume de Busca: O Que as Ferramentas Não Te Contam
Aqui está o ponto crítico que 90% das pessoas ignora: volume de busca não é um número fixo.
Quando o SEMrush diz “5.400 buscas/mês”, esse é um dado agregado e estimado. Na prática:
1. Volume Varia Por Região
Uma palavra pode ter 10 mil buscas em São Paulo e 200 em Florianópolis. Se o seu negócio é local ou regional, esse número nacional não significa nada.
O Google entende que o conteúdo é direcionado para o público daquela região expecífica e o volume real será muito inferior ao sugerido pelas ferramentas.
2. Volume Varia Por Data
Finais de semana geralmente têm 20-40% menos buscas que dias de semana para termos B2B. Feriados prolongados? Tráfego cai 60% em alguns nichos.
Palavras sazonais são ainda mais extremas: “imposto de renda” explode em março/abril e some no resto do ano. “Presente dia das mães” tem pico em abril/maio.
⚠️ Atenção
Nunca tome decisões estratégicas baseado apenas no volume estimado de ferramentas. Use como referência, mas valide com Search Console e Google Analytics depois de publicar.
3. Volume ≠ Valor Comercial
Uma palavra com 500 buscas/mês pode valer mais que uma com 10 mil, dependendo da intenção.
Exemplo real: “WordPress” tem 1 milhão de buscas/mês no Brasil, mas a maioria são buscas informacionais de quem nem tem site ainda. “Migração WordPress” tem 1.200 buscas/mês, mas são pessoas com problema urgente dispostas a pagar.
Se você presta serviço de migração, qual palavra vale mais? A de 1.200 buscas.
Palavra-Chave no Google Ads: Aproveitando Seu Trabalho de SEO
Aqui está algo que pouca gente percebe: todo o trabalho que você faz para SEO serve para Google Ads.
Quando você mapeia intenções de busca, identifica palavras transacionais e entende o contexto, você já tem metade do trabalho de uma campanha de Ads pronta.
Como Aproveitar
1. Use as mesmas palavras validadas no SEO para criar grupos de anúncios no Google Ads. Se uma palavra gera tráfego orgânico qualificado, provavelmente vai converter em Ads também.
2. Palavras de cauda longa que você descobriu no Search Console geralmente têm CPC (custo por clique) mais baixo e melhor taxa de conversão no Ads.
3. Teste palavras com volume baixo no orgânico mas alta intenção comercial. Se convertem bem em Ads, vale investir em conteúdo SEO para essas palavras também.
Diferença importante: No Google Ads você paga por clique, então volume alto pode custar caro. No SEO orgânico, você investe tempo/dinheiro uma vez no conteúdo e o tráfego continua vindo. Por isso, combinar as duas estratégias é tão poderoso.
Perguntas Frequentes
Quantas vezes devo repetir a palavra-chave no texto?
Não existe número mágico. Use a palavra-chave de forma natural no título, em 1-2 subtítulos e algumas vezes no texto. O Google prioriza contexto e sinônimos, não densidade de palavras. Se você forçar repetição, o texto fica artificial e o usuário percebe.
Devo escolher palavras com volume alto ou baixo?
Depende da sua autoridade de domínio. Se seu site é novo, foque em palavras de cauda longa (volume baixo, concorrência baixa). Depois de ganhar autoridade, vá para palavras mais competitivas. Melhor ranquear em #1 para 10 palavras de 200 buscas/mês do que em #50 para uma palavra de 10 mil buscas/mês.
Como saber se o volume de busca é real?
Você só sabe o volume real depois de posicionar conteúdo ou rodar anúncios e analisar o Google Search Console ou Google Ads. Ferramentas como SEMrush e Ahrefs dão estimativas úteis, mas o número exato só aparece quando você testa na prática.
Palavras-chave ainda importam em 2025?
Sim, mas de forma diferente. Você não precisa repetir a palavra exata 20 vezes, mas precisa cobrir o contexto completo da intenção de busca. O Google usa palavras-chave como um dos sinais, junto com semântica, experiência do usuário, autoridade do domínio e mais de 200 outros fatores.
Qual a melhor ferramenta para pesquisa de palavras-chave?
Para dados estimados: SEMrush (mais completo) ou Ubersuggest (mais barato). Para dados reais: Google Search Console (gratuito e 100% preciso). Para validação rápida: Google Ads. Use uma combinação das três para resultados melhores.
